Citações

- William Shakespeare

sábado, 26 de maio de 2012

Amnésia






Não sei o que me tornou assim!
               Apenas acordei um dia. Enfim...
Não escuto mais pulsar de coração,
               Somente triste sonata, ou canção,
Amores que perecem...
               Que não mereço, esquecem-me;
Não basta apenas o que sou!
               Não importa-me mais esta dor,
De espinhos de flores não minhas...
               Alma morta por incurável ferida.


Não possuo memórias de mim...
               Não me recordo de ouvir "sim".
Nem se quer recordo segurar tua mão.
              Apenas portas fechadas... "não's, não's"
Canções que perecem...
              Memória que morre, se esquece;
Não me lembro quem sou.
              Tenho apenas várias coisas sem valor.
Histórias... Que não são minhas,
              Pessoas mortas, outras feridas.


Perdoe-me, não lembro que escrevi....
              Nem ao menos, lembro de Ti!
Sou apenas uma breve ilusão,
              Que nada possui em mão.
Imagem que perece...
              Amante que morre, logo se esquecem!
Não existe o que sou.
              Forjo e suporto a minha dor,
De viver vidas que não minhas,
              Tornam-me real, enquanto crio esta ferida.










by Calado

Crepúsculo dos sonhos




Finda-se o dia.
Frustrar-se,
O que mais esperaria?
Adormece!
Oh! Efêmero desejo.

Foi-se o que parecia.
Nuances...
Que morrem ao fim do dia,
Crepúsculo!
De tudo que hoje creio.

Digo: "Amanheceria?".
Espero...
Mas só a incerteza sorriria,
Do triste,
E belo fim que agora vejo.

Morre! Triste alegria.
Vais...
Quando jamais esperaria,
Sonho,
Enterrado depois do cortejo.









by Calado

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mulher: Invocando jupiter




Dado-lhe foi um escudo...
E igualmente uma espada.
Corajosa! Para o combate preparada,
Cedo, enfrenta o cruél mundo.

Não teme noite ou escuro,
De grande força está dotada.
Combate, vence, volta à sua casa.
Para encontrar seus amores profundos.

Merece louvores e honra,
O amor o reconhecimento.
Por tantas vitórias em suas mãos.

Logo chegará a hora...
De ter em mãos o que é de direito.
O descanço para o teu bravo coração.








by Calado

Mulher: Inteligente




Em uma sala isolada..
De costas para o mundo.
Dúvidas, incerte de quase tudo...
Temendo ser tocada.

Tão distante, afastada.
Vjo-a sempre ao fundo,
Longe de mim sobretudo...
Talvez, apenas eu não possa tocá-la.

Presa em seus conhecimentos,
Em frequências desconhecidas;
Formulas que não posso calcular.

Em mim, não há mais intento.
Apenas a considero "flor linda",
Rodeada por espinhos a me machucar.









by Calado

Mulher: Pacífica e quieta




Foste a primeira flor da primavera!
Ato de coragem intenso,
Talvez, o mais forte intento...
Doce sonho de quimera.

Mas todas as abelhas tu quisera,
E em podridão se tornou teu incenso.
És fonte de vergonha e lamento,
Com presas e garras como de besta fera.

Te restaria o arrependimento,
Pedido justo de perdão.
E novamente desabrochar.

Escolhestes o esmorecimento,
Pecado, vergonha e traição.
O inferno a te esperar.








by Calado

Mulher: Leve sopro de vento




Tão delicado e divertido;
Sobre um lindo e belo jardim.
Alegras da mesma forma a mim,
E a todos que tens por queridos.

De modos leves, descontraídos.
Como se soprando pudesse sorrir.
Furioso e leve ir e vir...
Sobre todos os teus favorecidos.

Alegria profunda em viver...
Sopra de forma misteriosa,
Em suas fantasias a contar.

Eterna dúvida do que pode ser,
Na sua profundidade pavorosa,
Ou na gentileza de seu tocar.







by Calado

Mulher: Curada por Deus




Oh! Doce tormento amoroso,
Pena merecidade e desejada.
Tornei-me alma amada...
Para esperar um fim doloroso?

Regida por tão intenso fogo,
Todo o conhecimento desejara.
Mas esqueceste de fechar a caixa,
Dos males que espalhas-te no mundo todo.

Acumulas-te a sabedoria,
Mas não reunis-te humildade.
Sobrou-te tão somente frieza.

Talvez, haja quem te amaria...
Se tivesses humanidade,
Sem nos impor à tristeza.







by Calado

Mulher: Que produz mel




Desejas-te somente carne, não espírito.
Levando-me a um estranho prazer.
A paz... Não pudeste trazer,
Deixaste tão apenas triste conflito.

Separados por anos finitos,
Como foi agradável lhe conhecer.
Deste-me certeza do que devo ser,
Que o vulgar, em um imperdoável delito.

Passou-se então o verão,
Do modo que vieste, a deixei.
Encarceirada... Na prisão de teu engano.

Hoje agradeço em oração.
Pois, contra minha honra não pequei.
Não hei de ter caido em tão vil encanto.








by Calado

Mulher: Digna de ser amada




Vejo nascente em teu sorriso!
Como que em alegres corredeiras.
Peixes, flores, cachoeiras.
Expressões de um rio fluindo.

Rosto gentil, gestos tímidos.
Menina que não crescera,
Estranha, doce, meiga...
Complexo ser divino.

Radiante afluente...
Espelhando a luz solar;
Gestos de refrigério.

Tão alegre, sorridente.
Recado em seu caminhar,
Guardando oculto seus mistérios.






by Calado

Mulher: Pequena senhora




Em meio à chuva;
Mão solidária me é estendida.
Seu rosto, assusta-me, paraliza,
Despedimo-nos na curva.

Sua voz, tão miúda.
Não diferente de voz amiga.
Talvez abrigue feroz inimíga,
Ou amizade grande e profunda.

Vendados, estão os meu olhos.
Surdos devem estar meus ouvidos!
Incapacito-me de falar...

Pois, cansei-me de tantos erfoços.
Perdidos... Nunca reconhecidos,
Basta! Para este assombroso guerrear.







by Calado

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sonata Trágica





I
(Guerra)


Ao som de meu relógio...
Questiono de quantas vidas preciso,
Para contar-te, mostrar-te o que sinto.

Como será que posso...
Suportar a cada ciclo de destino,
Reviver a perda que hoje repito?

Saio de astucioso ócio!
Batalhas e perdas premedito.
Mas em todas estas... Vejo-te partindo!

Em qualquer dimensão - Destroços.
Resultados de um labutar infinito.
Sonhos.... Que hoje me fazem menino.

Tesouro só nosso...
Todos os "eu's" que fazem-me distinto;
Em meio à normalidade de meu ser finito.

Afogo-me em meus poços...
Morro, e nem ao menos sinto.
Anestesiado! Estou por desejo faminto.

Fraquejam os braços,
Em esforços mil, desmedidos...
Por Ti, a mais doce, foi meu exército vencido.






II
(Batalha)


Se... Para abandonar.
Se... Para sentir dor.
Ou, morrer de doce amor,
Minh'alma pude sacrificar.

Se, para conquistar...
O mais precioso valor.
Fel amargo - Sangue - Sabor.
Pude eu suportar.

Tão triste o desejar.
Oh! Inalcançável amor;
Fogo! Terrível ardor,
Impedindo-me de a tocar.

Oculta ao meu olhar,
Meu ser jamais contemplou.
Minha'lma jamais tocou,
Apenas deixou seu perfume no ar.

 Doce melodia posso escutar!
Mais um coração sofredor.
No fundo de um corredor,
Outro, como o meu... A vagar.

Então. com descompasso no andar,
Olho outro sonho se por....
Mais um brinde ao cálice da dor...
Mais uma realidade a definhar.







III
 (Derrota)


Meu sorrir...
Rima frívola!
Sonora no partir,
Inevitável.
Não há para onde voltar.

Apenas vivi...
Nas várias dimensões.
Mas só senti,
No intocável...
Como é querer-te, desejar.

Se já parti,
A vontade permanece.
O que nasceu em mim,
Abandonável,
Incapacidade de tocar.

Se para Ti...
Não importa agora.
Resta-me o fim!
Abominável,
Estado que venho me encontrar.

Tarde para mim...
Ouço então meu relógio,
Levar outra vida ao fim.
Interminável
Destino. O ciclo que é te desejar.










By Calado

Capital




Janela à fora,
Enforcado.
Vestido, pálido e engravatado.
Sem sangue...
Expressão de felicidade.
Caso nefasto... Obscuro!
Em temorosa está a cidade.
Especula-se...
Questiona-se...
Nada é encontrado!
Uma moça...
Ora! Como chora!
Herança? Vingança?
Só restam dúvidas.
Encontrada é um carta...
Remetente? O morto!
Coisa absurda?
Selo de sangue...
Perfumada em pétala de flor.
Escrita trêmula...
E... Manchas de pranto e lamento;
Assim dizia:
"Por desejar teu amor.
 Não suportando o sofrimento.
 Até que a morte separe...
 Siga então com o casamento."






















by Calado

Fracasso




Minhas mãos, meus tesouros...
Tão frívolos para alguém se importar.
Efêmeros.
Sonhos na areia da praia.
Um olhar que se fecha,
Uma bouca que se cala.
Lâminas inúteis, quebradas!
Guerra perdida, honra maculada;
Espólio de luta...
Despojo.
Há mais valor em meu sangue!
Que agora,
Entre a lâmina e a terra,
Qual quadro...
Vem colorir o verde,
Onda um dia houve esperança plantada.


















by Calado

domingo, 20 de maio de 2012

Lunático






Raiar tardio...
De uma luz tão anelada.
Pandora...
Traz-me as pragas;
E a esperança, minha adorada.

Templo vazio.
Coração... Estrada abandonada.
Agora...
Fortuna desgraçada;
Sedução cruel. Vida amaldiçoada.

Escuro e frio...
Noite infeliz, mas... Estrelada!
Renova...
Lua esverdeada,
Tocarás a melodia de minha amada?







by Calado

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Avarenta





Parado à porta...
Esperando apenas um "adeus".
E assim... Negaste o que é meu...
Uma triste e sofrida partida.
Na esperança de uma despedida,
Tu voltas!
Em um retorno intangível,
Musa de ferro...
Coração partido!
Apenas mais uma vez, por ti...
Ferido.
Entre teus olhares,
Palavras jamais ditas.
Hoje,
Considero tão somente,
Maldita...
A hora em que coloquei meu olhos,
Em Ti!
Tão somente... Nega-me o fim!
Permaneço...
Em uma espiral sem fim,
Se prolongando por várias vidas.
Vivendo e chorando mil desventuras sofridas,
De várias encarnações...
Pesadelos...
Sonhos...
Tristes canções!
Neste inevitável "adeus"...
Que jamais a vejo proferir!
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 by Calado

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Borboleta negra




Ela veio como o vento...
Deixou o aroma de seus cabelos.
Tirou-me a paz, o sossego,
Bateu suas leves e negras asas...
Foi-se em curto tempo.


Ela veio como o vento...
Ignorou o meu triste apelo!
Deixou morrer um puro desejo,
Nunca se importara!
Desprezou do amor o intento.


Ela veio como o vento...
Ignorou como eu a vejo...
Sangro... Sofro... Pelejo!
Mesmo que não a conquistara...
Alegro-me em meu desalento.


Pois... Ela veio como o vento!
Deixou sua brisa de refrigério.
Doce e gentil, tímido gracejo.
Abriu então tão belas asas...
Foi-se quando já era tempo.




















by Calado

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Oitava praga




Vá! Escreva cartas.
Como que para Ti mesmo.
Destina ao frio e ao ermo...
Ao escuro e o vazio,
Para o deus que traz solidão.

Envia-as aos quatro ventos.
A todo homem sem exceção;
Ao mal da dor e da exclusão.
Sela com sangue...
Faça-o! Não percas mais tempo.

Peca! Em todas as cartas...
Os cruéis e banais erros.
Ofensas, a outrem e a Ti mesmo.
Traspassa-te, como lâmina viril,
Arranca Teu próprio coração.

Lava-te, deste vermelho lamento.
Quebre juras... Esqueça a oração.
Suor... Sangue... Escorrerão!
Deste teu ferido peito...
Pranto de um desalento.

Escreva as cartas...
Revele o que tanto temo!
O mal, que hoje sofro e peno.
A este mundo... Imbecil!
Mal que que hoje chamo de paixão.











by Calado

domingo, 6 de maio de 2012

Em fremte aos fatos

 

Parte-se o Coração,
A cada triste pensamento.
Distante... De todo contentamento,
Que se pede em oração.

Prece... Que se degrada em lamento
Ao ver as cores da solidão.
Privação do doces sentimentos,
Como rio escuro desaguando na escuridão.

Foram-se... Os teus belos dias.
Findou-se a força de teu encanto.
Jaz! A certeza que outrora possuías.

Sobra-lhe rosto de espanto,
Do sentimento que agora lhe arrepia.
A verdade! Sobre as lágrimas deste pranto.







by Calado

Uma única vez







Volto ao mesmo local,
Onde eu a vi.
Não há nada ali;
Apenas o vazio universal.


Percorro de forma igual,
Os mesmos passos que fiz.
Nada me leva a Ti...
Nem ao menos um sinal.


Ah! Pena cruel e fatal.
Do momento em que Te vi,
Encanta-me... Leva-me a Ti...
Matas este pobre mortal.


E talvez... Jamais eu a tenha, afinal!
Caminhos cruzam-se!
Trazem-me a Ti...
E Te levam... Determinando o final.














by Calado

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Segue-se oposto


Tens sido a melhor...
Da pior coisa na memória.
Boa e terrível estória...
Ódio contra amor.

Causa alegria, e dor!
Mesmo que de meu alcance... Fora!
Sorrio... Ou choro agora?
Doce amargo sabor.

Esteja perto... Longe por favor!
Antidoto... És veneno agora.
Benção, praga de outrora,
Arrasto-me, alegro-me... Oh Senhor!

Certeza incerta, valente penar;
Abandono, jogo enfim... Fora.
O desenrolar de vida ilusória,
Sonho... Pesadelo... Falsa cor!

Intrépido tímido, frio e calor;
Só me resta a o silêncio de outrora.
Deixando a ultima rima agora...
Enquanto sofro e suporto a dor.

Desejo... Repúdio... Este amor.
Pois de nada me valerá Senhora,
Beijar tão doce fel de amoras...
Voltando a viver pelo que me matou.








by Calado

Luzes





Vejo luzes distorcidas,
Pelo embaçado vidro da janela.
Refletindo minha imagem...
Sem margem,
Perco a forma entre faróis.
Tão encantado e iludido,
Pelas luzes de uma noite qualquer.
Silhueta...
Corpo de mulher.
Não me vejo fora da janela,
Luzes amarelas...
Que mal podem iluminar, 
Este caminho tão sombrio
Que trilho eu, sozinho.
Amargo gosto de sangue frio...
Tempero do cálice da solidão;
Sem forma...
No escuro...
Este quarto reflete a minha prisão.
Grade de bronze fundido,
Que não podem se transpor.
Impostas por ninguém...
Hoje...
Tão somente as luzes reflito,
Do que um dia foi...
Um brilho é meu olhar.
Vejo... Luzes distorcidas!
Lá fora...
Por este embaçado vidro de janela.
Amanhece... E não tenho mais estas.
  
  
  
  










by Calado

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Os sete cálices




Melhor é um cálice de Ódio,
Que uma taça de amor sofrido.
À cortes de navalha concebido,
Longas horas de duro penar.

Melhor um cálice de veneno...
Do que uma taça de vida desgraçada.
Em dor e sofrimento regada,
Triste de quem a desejar.

Melhor, é o cálice da dor,
Do que o prazer maldito.
Engana, destrói os meninos,
Que deste tanto desejam provar.

Deseje o cálice da fúria.
Que a doce taça da luxúria!
Depois, não sobra coisa alguma...
Tão somente o triste lamentar.

Melhor, a taça da perda.
Que um presente ilusório e incerto.
O que se tem e apenas inferno...
Retrato do mundo a desmoronar.

Prefira o cálice da solidão,
Frio, seco, mal de muitos.
Tristes mortos... Sem túmulo,
Que por esta vida só lhes resta vagar.

Superior a todos... É o cálice da morte!
Que destrói tão vil ciclo da Fortuna,
Da o fim à vida triste e imunda,
Que recebemos no parto ao acordar.









by Calado

A pedra




No meio do caminho...
Havia uma pedra,
De claros olhos verdes.


Havia uma pedra no caminho!
Pedra para que me impeça,
Aceitar o que me oferecestes.


Teus lindos cabelos lisos,
Em um ballet de real festa...
Livres ao vento, meu coração perece.


Discretos e tímidos sorrisos;
Tiram-me o sossego que resta...
Foi-se a canção! Agonia permanece!


No meio do caminho...
Havia uma pedra,
Pele branca como de lebre.

Havia uma pedra no caminho.
Seu nome não sei... Ora essa!
Só sua memória permanece.
  
  
  
  
  
  
  
  

by Calado

I° ato dos clones capitais



Um homem sozinho no caminho...
Sem rosto para o identificar;
Sem passado... Ou futuro a o esperar,
Apenas mais um sem destino?

Sem memórias de menino...
Vivendo sempre a vagar.
Forja seu próprio destino,
Preso! Em um eterno questionar.

Da vida, apenas um excluído.
Não podo o fúnebre descanso esperar.
Só a dor por lhe acompanhar,
Pergunta... "Tenho eu vivido?"

Como tantos neste mundo mesquinho;
Desejando um sol que possa brilhar.
Igual, igual... Parecido!
Mais uma alma a se definhar.

Da ganância desfruta o exílio,
De tudo que podia desejar.
Escravo de um demônio milenar,
Que devora secesso obtido.

Morre! Sem lágrima, se quer um pingo...
De pranto a derramar.
Vai! Sem jamais ter sido provido,
Da liberdade de sofrer ou de se alegrar.










by Calado