Citações

- William Shakespeare

sábado, 25 de outubro de 2014

Mergulho do lunático


 
Oh! Luzes... Ora! Se apaguem.
Bela d'alva no céu reluz.
Precipito-me de minha cruz,
Que de, um arranhão, se ergue.

Estou à beira da maldade
Sob o luminar escuro.
Pois, foi-se  brilho divino...
Vejo as casas brilharem!

Precipita-te, coração!
Não exite aqui, o teu exultar.
Este nobre e vil estímulo.

Contempla a manifestação
Do gélido e sombrio lumiar..
Adentre a noite sozinho.



 
 
por Francisco Calado


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Erosão



Assim, como pedra que areia vira e perde seu corpo,
Pouco a pouco, gradativamente, a cada pedaço...
Me desfaço, um corpo ressecado no deserto.
De certo, o fim me aguarda ansiosamente,
e de forma ardente, assim me chama.
Como chama que deseja queimar
Tudo que há em seu caminho.
Sozinho, assim me vejo,
A este cortejo seguir.
Ao fim, assim sigo,
Perdido e meio,
Meio do Eu.
E já é hora
de Partir.
...



   
por Francisco Calado

sábado, 18 de outubro de 2014

Resquícios dos Eu´s



Estou vazio... e cheio!
Cheio, de tudo ao redor.
Sem pena... sem ter dó.
Aparto-me do meio,

Misturo-me com o pó!
E na medida em cheio,
Sou um ser imperfeito!
Tão amado e tão só.

E os alemães amigos
Meus, assim concordam,
Em amar, não amar, em si...

Contradição sem fim.
A mente ou o coração?
Me sinto perdido.



  
por Francisco Calado

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

No dia que eu sumir


Ah! No dia que eu sumir...
Será,  que de mim lembrarão?
Será que estranharão...
A ausência de minha silhueta?
Sim! No dia que eu sumir,
Vós ruas tão cotidianas
Sentirão a falta destes pés?
Ou o acento do ônibus...
Perguntará sobre o peso
Deste corpo, tão cansado?
Serei uma ausência lembrada?
Ou o vácuo do que foi um dia vida?
Odiada, querida e já nem importa.
Pois, a funebre dama, agora me conforta.
E vós, pessoas,
Amadas e distraídas,
Sofrendo as leis do tempo.
Tão imortais...
Imorais...
Para mim não tereis tempo,
De um breve pensar?
Ah! No dia que eu sumir...
Haverá luto,
No dia em que eu partir?
Oh! Meus amigos e amados inimigos.
Deixai um funebre bilhete,
No que um dia foi a parede,
Do quarto onde habitei.
   
   
por Francisco Calado