Melhor é um cálice de Ódio,
Que uma taça de amor sofrido.
À cortes de navalha concebido,
Longas horas de duro penar.
Melhor um cálice de veneno...
Do que uma taça de vida desgraçada.
Em dor e sofrimento regada,
Triste de quem a desejar.
Melhor, é o cálice da dor,
Do que o prazer maldito.
Engana, destrói os meninos,
Que deste tanto desejam provar.
Deseje o cálice da fúria.
Que a doce taça da luxúria!
Depois, não sobra coisa alguma...
Tão somente o triste lamentar.
Melhor, a taça da perda.
Que um presente ilusório e incerto.
O que se tem e apenas inferno...
Retrato do mundo a desmoronar.
Prefira o cálice da solidão,
Frio, seco, mal de muitos.
Tristes mortos... Sem túmulo,
Que por esta vida só lhes resta vagar.
Superior a todos... É o cálice da morte!
Que destrói tão vil ciclo da Fortuna,
Da o fim à vida triste e imunda,
Que recebemos no parto ao acordar.
by Calado
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