Citações

- William Shakespeare

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Dama da noite enluarada




Demoraram sete dias,
Estações, contentamento, alegria.
Chegada a hora da noite.
Que veio de surpresa,
Com a lua cheia...
Com estrelas a brilhar.

Passaram fases, mas não via.
A chegada de uma triste ventania.
Não espero que note...
Mas agora sou a presa;
Presa em rede, teia.
A me debater para me livrar.

Mas ela me esperaria.
Com um sorriso de alegria,
E um ar fúnebre de morte.
Falsa surpresa...
Canto de sereia,
Condenado eu ei de estar.

Linda, bela, bem vestida.
Ela então me chamaria.
Para a ultima valsa da noite,
Ao som de dissonante profundeza...
Eu adorarei tua beleza,
Enquanto vejo a vida me deixar.












by Calado

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Odisseia de fogo



Afogo-me, nestas chamas espessas,
Neste rio de lava fervente.
Sinto o congelar da mente..
Morrendo de forma lenta,
Ao passo que sindo a perda.

Como caça que agora pega,
Aguarda da fera o dente.
Morre e sangra lentamente.
Escapar nem ao menos tenta,
As forças dão lugar à fraqueza.

Então afogo-me, submerso de alma inteira.
Nem ao menos pareço valente.
Submeto-me a covardia demente,
De ser traspassado por lâmina cega,
Sentindo na dor, a sua sutileza.

E com tristeza flamejante nas veias,
Vejo a face do contentamento descontente.
Eu, humano, débil, insolente,
Tento viver nesta morte lenta,
Pedindo a Fortuna que bens me conceda.

E agora esta criatura negra,
Destruída pelas chamas ardentes.
É o que restou de um triste combatente.
Alguém que um dia tentou viver lendas,
Uma odisseia de perdas.






by Calado

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Tempo



O Tempo é cruel,
O tempo não volta.
Vão se amores, amizades,
Permanece a revolta.
Amigo infiel...
A estrada torta.
Oh! Tempo cruel,
Tempo que não volta.

O Tempo é fiel,
O tempo não solta,
Jamais as rédeas da verdade.
Coisa agora já mortas...
Partida cruel,
Batida de porta.
Oh! Tempo cruel,
Tempo que não volta.

O Tempo do céu,
O tempo não volta.
Faz e desfaz igualdades.
Leva, nem sempre traz de volta.
Amigo fiel...
Está presente a toda hora.
Esse Tempo cruel,
Tempo que não volta.

O Tempo é broquel,
O tempo não volta.
Apesar dos golpes que aguentastes,
Apenas feridas expostas.
Espera o céu,
O qual não vê agora.
Oh! Tempo cruel.
Oh! Tempo, volta!

O Tempo é cruel,
O tempo não volta.
E apesar desta oração entregar-lhe,
Desta canção não escutas se quer  uma nota!
Resta-me sabor de fel,
E campos de gente morta.
Oh! Tempo, és cruel...
Oh! Tu que não voltas.


O Tempo é cruel,
O tempo não volta.
Vão se amores, amizades,
Permanece a memória
Inferno, céu...
E minhas estórias,
Oh! Tempo cruel,
Tempo que não volta.










by Calado

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Sentada à beira caminho




Uma criança sentada à beira caminho,
Te encontrei!
Algumas roupas sujas e um fardo nas costas.
Menina, jeito gentil,
Em seu rosto, expressão viril,
E agora, nada mais importa.

Uma criança sentada à beira caminho,
Eu pensei:
Se eu pudesse aliviar a dor penosa.
No dia em que tu me sorriu,
No dia em que o coração se partiu,
Não te enxergo mais agora.

Uma criança sentada à beira caminho,
Pensa em ser,
Pensa em busca um caminho agora.
Seus passos? não se viu!
Mas agora partiu.
Como meu coração parte-se naquela hora.

Uma criança sentada à beira caminho,
Assim, lhe encontrei,
À mercê do vento que soprava naquela hora,
Você então me sorriu,
Brilho singelo e tardio..
Que o destino apagou a aurora.

Uma criança sentada à beira caminho,
Assim... Eu lhe deixei.
Entre as lágrimas e as badalas às zero hora.
Pranto que Tu não viu,
Algo que então se partiu,
Na memória, só me resta o adeus agora.









by Calado

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Pathétique




Ira-me tua covardia,
Ao passo que amo e desejo,
Teus olhares doces e meigos,
Ao ponto de causar agonia.

Amo tua alegria,
Em teus medos me entristeço.
Temo, me iro, desmereço...
Teu sorriso que me contagia.

Agora ao ódio me recolho e reconheço,
A culpa na tribuna dos desalmados.
Aonde há um lugar para mim.

Antes tivesses ignorado teu medo,
E tão somente tivesse amado,
Talvez o final fosse mais feliz.





by Calado

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Armadura quebrada





Palavras de outrora ao vento,
Mostram a dor e a angústia.
Tempos de dor e penúria,
Sofridos no decorrer do tempo.

Hoje em triste desalento,
Chorando por um razão impura.
Dúvida de dor e sofrimento,
Que recusa-se a ver a cura.

Nas quatro paredes estou vendo,
O ser o não ser, a injúria;
Que afagam a mentira imunda,
E acariciam a mão que causa o sofrimento.

Hoje em triste desalento,
Deseja a solução da pra obscura.
Caindo em mentiras, esvanecendo,
Como guerreiro que perde a armadura.

Ah! Se privado fosse teu sofrimento!
Ainda que só restasse feiura...
A tela desta triste pintura,
Se tornaria o quadro do Sol nascendo.

Mas tuas penas caem e tremendo,
Inspira-te na canção que enclausura,
Levando-te a um mundo pequeno,
De lixo abissal e lamúria.

Considera os caminhos terrenos
Levando ao inferno e a tortura.
Esquecendo a sanidade das alturas,
Onde mudas teu destino efêmero.











by Calado