Citações

- William Shakespeare

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Autopsicografia





Sombras...  É o que apenas vejo.
Encontro-me...
Reflito sobre mim,
Não tenho tudo que desejo.

Com asas negras o céu almejo!
Refaço-me...
Perco parte de mim,
Da luz me aparto como morcego.

Criatura putrefata, fonte de desterro.
Acordo-me...
Para o que desejo ser.
Entre as trevas e a luz... Tenho medo!

Sombra noturna de sonhos e anseios,
Retrato de um homem a definhar-se.
Demônio que aflora da carne maldita...
Anjo que luta dia a dia para salvar o mesmo!











by Calado

domingo, 29 de abril de 2012

Espelho em pedaços




Eu não irei à cavalo!
Nem ao menos...
Navegarei na tua direção.

Não! Não haverá naufrágio,
Das mil léguas me despeço!
Batalhas? Estas por fim cessarão.

É tudo tão confuso e frágil...
Que todo dia morro e me enterro.
Fúnebre dor no coração.

Em fim... Mais tempo desperdiçado.
Horas... Minutos... Segundos que empenho.
Percebo que... Mais uma vez... Foram em vão!

Repetido... Ciclo fechado.
É o que tive, é o que tenho...
Mais algumas feridas em minhas mãos.

E por fim... Depois de muito maltratado,
Agora guardo o pouco que tenho...
E guardo dentro deste frágil coração.

Desejos... Anseios... Despedaçados!
Assim como como vidros do espelho,
Que vendo meu rosto tristonho, lançou-se ao chão.








by Calado

Carnificina




Rasga-me o rosto,
Amputa-me a pele...
E sinto a sangria deste terrível gosto.
De morte...
De dor...
Sussurro gélido na pele,
Arrepio tremulo e amedrontado.
Pobre...
Só...
Encarcerado.
Em emoções mil maltratado;
Busca...
Deseja...
Anseia não estar só.
Durmo agora...
Deito-me no pó!
Destruo a mim mesmo,
Morro em vão.
Mais um...
Outro sentimento,
Que degradando-se em sangramento...
Avermelha-me os olhos,
Aperta o coração.
Lâmina fria...
Empunhadura da paixão...
Mal de todo homem,
Sobre a terra...
Debaixo dos céus.
Doença sem cura...
Abate-me e destrói-me...
Por vontade minha...
Desejo incompreendido... 
Pela tua falta de paixão.
  
  
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

Incomprieensível




Empenha-te em me fazer sofrer?
Duvido de mim mesmo...
Questiono este destino ermo,
Sofrendo por desejos inalcançados;
Esperanças, amores, virtudes,

Antes, teria não desejado nascer...
Ou talvez ser desprovido de desejo.
Sinto-me cansado, tenho medo,
Por inconsciente alimentar essa dor...
No pesas de teus modos, me confundes.

E apesar de tão forte eu parecer...
Sou apenas simples guerreiro.
Desejando de tudo, sempre o mesmo.
Amor, carinho e doces abraços,
Um toque para suprir o que jamais obtive.

Foi-se em fim... Mas uma canção que pude escrever...
Mais um fruto do que guardo em segredo.
Mais um escudo para todo esse medo...
De criar e corta esse laço,
De ter dar... E receber o que não tive.
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

terça-feira, 24 de abril de 2012

Noite sem estrelas



Certa noite... Solitário,
A contemplar a sublime e triste.
Incerteza, e a solidão que existe
Em uma natureza de presente e passado.

Susto! Sinto-me aprisionado,
Em uma cela de concreto e piche.
Não há luz.... Ao contrário,
Uma escuridão que apenas se fortalece.

Custa-me, este testamento forjado.
Em versos, que jamais ouviste.
E ainda que conseguistes...
Meu destino estaria selado.

Assim... Vagando, desorientado,
Empunho o sonho de conquistar-te.
Efêmero desejo inalcançado,
Tragédia, que está a repetir-se.

Herói, em mil canções já cantado,
Nesta treva fria, que me entorpece
Os sentidos do celeste;
Traz-me, à terra dos pecados.

Nesta noite, de esperando privado
Eu fui, sem que assim percebesse.
Se soubesse, jamais haveria intentado!
Desejar-te... Apaixonar-me... Jamais conhecer-te.

  
  
  
  
  
  
  
  

by Calado

Ignorar



Este meticuloso ignorar...
Ignoro... Sou ignorado.
Por um pouco notado;
Desapareço sem vestígio deixar.


Tão gloriosa guerra a se travar;
Em um silêncio imaculado,
Não ouve-se o som da batalha...
Apenas sente-se a lâmina traspassar.


Hábito locais vazios,
Como que por algo à espera,,
Não vejo motivos para prantear.


Provando este silêncio frio...
Sinto minha alma congelar,
Não! Não há motivos para me alegrar.
  

  
  
  
  
  
  
by Calado

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por entre teus cabelos





Certa vez,
Fui eu surpreendido,
Por um amorinho,
Que em teus cabelos...
Escondido,
Com uma seta
Acerta-me de vez.

Insensatez...
Cupido menino bandido,
Rouba-me o sentido,
Perco o sossego...
Agora rendido
Por esta
Paixão por você.

Certa vez,
Andando em bosque sozinho
Deparo-me: O mesmo amorinho
Em intento e zelo,
Tenta juntar-me contigo,
Ora essa...
Vejo-me longe de te ter?

Prever...
Quem pode o destino?
Nem mesmo o deus menino,
Escondido em teu cabelo.
Enfim... Em paz prossigo,
E digo: "Quem dera!",
Algum dia poder te ter.

Sem ser...
Apenas mais um arrependido.
Sigo o que propôs amorinho,
Viver em teu zelo.
Assim... Consigo,
A esperança que resta...
De um amor florescer.
  
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

Fantasia



Este mundo somente meu...
Onde tu és minha.
Onde o amor prevalecia,
Lugar onde o sol adormeceu.


Mundo onde... Amante teu,
Clamando-te "amada", "querida",
Dedicando-te por inteiro a vida;
Lugar onde sou o amor seu.


Aqui; Jamais houve partida,
Nem se quer uma paixão não correspondida,
Lugar onde me vejo nos olhos seus.


Aqui... Tua mão segura firme a minha,
Um abraço que jamais se finda,
Afoga-me em meio aos beijos teus.












by Calado

sábado, 14 de abril de 2012

As trevas e a escuridão





Este não é o prologo de algo real...
Mas o fim de vários falsos plágios.
Estória de amores e desilusões,
Melodias ocultas... Tristes canções.
Apenas no campo do intangível...
Desejos de um coração.

Esta... Não é mais uma declaração ardente...
Logo, e todo um desabafar descontente.
Meras palavras, que para muitos... Sem valor!
Irreverentes, lascivos, traidores... Sem amor!
Homens de atitude incorrigível...
Que espalham no mundo sua maldição.

Isto não é um texto incoerente...
Mas é como uma seta silenciosa e eficiente.
Para os que jamais provam da retidão,
Que se escondem em mascaras de lama e podridão.
Dizem-se "homens"... Mas não é possível,
Que lhes seja imputada essa definição.

Estas são apenas palavras... Somente...
Coisas soltas, vazias... Mas consistentes.
E o meu testamento para esta vida...
Pois na morte me escondo de tal ferida,
Causada por uma doença incurável
Pelos que pregam virtude mas espalham perversão.
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 by Calado

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Rua minha



Todos os dias...
Lembrarei da pena minha,
Fortuna, cruel e mesquinha;
Privando-me de Alegria.


Todos os dias...
Ela passa pela minha rua.
Vejo-a virando a esquina,
Que de meu coração a desvia.


Cada qual em seu lugar;
Em universos tão distantes,
Fortuna ruim, amor perverso.


Eu em tua órbita a girar,
Como uma pobre estrela errante,
Sem amor, Sem destino certo.
  
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

Á porta





Falta-me a força...
Falta-me o desejo!
Lacuna, elo desfeito;
Nada para me apegar.
Resta-me a forca.


Vem! contemple agora,
O resultado de todo o medo.
O óbvio permanece em segredo,
Eco, que está a se perpetuar...
Agora vem a tona.


Sim, Ausência tola;
Dois corações, um espelho, 
Meu medo, Teu segredo.
No futuro... Poderemos conversar?
E... Talvez viver o agora.


Faltou-lhe força?
Ou por ventura... desejo?
Pois empenho não vejo.
Mesmo depois de religioso confessar,
Deixaste-me de porta à fora.


Bem... Agora, que morra
Este fúnebre lampejo.
Reservo-me tão somente o desapego;
De tudo que pude esperar...
E que nada significa agora.
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  

by Calado

Olhares




Olhares chamam, pedem,
E não são correspondidos.
Clamam, imploram, 
Desfalecem...
Cansados... Morrem
Em meio a multidões de suspiros.
Como se não bastasse...
Sofrer, chorar, pedir,
Este doce sufocar,
Acompanhado de solidão.
Olhares...
Tão solitários como este coração,
Sofrendo estes tristes pesares,
Arrancando-me a paz...
Vil inquietação!
Destrói... Derrama... Estraga...
Vem em minh'alma e...
Abala! Abala!
Olhares... Tão somente!
Trocados... Devolvidos...
Em uma noite solidão. 


  
  
  
  
by Calado

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Como as onda do mar

 
 
 
Eu sou assim...
Como as ondas do mar.
Sem destino algum,
Num eterno ir e voltar.

Inconstante...
Ver, ter, desejar...
E não escolho nenhum,
Sem um ponto para me fixar.

Contraste...
Da cor a se mostrar,
Com o certo e o incerto em um,
Conflito a se eternizar.

Eu sou assim...
Assim vou continuar,
Sendo essa incógnita no mundo,
Tão volúvel como a ondas do mar.

E olhando-o eu vou!
A Ti estou a me comparar...
Irmão, das mais belas visões do mundo,
Tu, que constante na inconstância a vagar.
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Perigosa









Ficarei somente de longe olhando,
Vendo o mundo passar...
Enquanto vejo corações a quebrar,
Sinto, como se estivesse me esperando.


E aos poucos eles vão se despedaçando;
Mas ela os oprime com seu andar.
Talvez, seu prazer seja destruir, matar,
Os pobres que vão se apaixonando.


Estes que seu amos vão desejando,
Jamais dele irão provar.
Insalubre elixir a jorrar...
Nos vermelhos lábios que esta ofertando.


Em seu andar ela vai esmagando,
Os que seu caminho tentam cruzar.
E por mais que pareça o mal planejar,
É apenas sua natureza se manifestando.


E ainda que também esteja me entregando...
Ela é perigosa... Irei mostrar.
Dia e noite, vestida para matar,
Aos poucos - Aqueles que vão lhe desejando.


Já sinto até meus ossos degelando...
Não sei como pude escapar!
Dádiva, enfim... Posso enxergar...
Os corpos no chã quando ela vai passando.
  
  
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

domingo, 1 de abril de 2012

Sonho perturbado




Nunca tive sonho...
Quem me fosse tão real.
E você?
Estava lá - Para me assombrar!


Fazendo tremes o coração;
Gelando-me o sangue.
Para que?
Se... Em vida não quisestes amar.


Provida de argumentos mil;
Agora aparece-me em sonho?
Temo que...
Se agrave o meu triste estado.


Estava tudo tão real...
Cada coisa em seu lugar,
Assombroso,
Só deste modo... Consigo descrever.


Sonho maligno; Trouxe-me medo!
Pois tu surgia sem esperar.
Anseia destruir-me?
Hoje - Indago sobre tua intenção.


Vejo, tão somente agora.
Sou eu, mais um pobre condenado,
que amarrado está a um sentimento;
Sem luz ou esperança de um realizar.
   
  
   
  
   
   
  
by Calado

Questionar


Por ventura... Declarar-me-ei novamente?
Ou... A ti dedicarei mais palavras?
Livrar-me-ei de duvida corrente?
Ou... Tocarei outra doce escala?


Terei olhos... A me desejar no presente?
Ou... No futuro, nada me aguarda?
Serei... Escravo da Fortuna desgraçada?
Terei eu, o contentamento agora ausente?


Cessarão então... Minhas questões de amor?
Ou sou eu indigno de amar?
Fadado, reservado me foi a dor?


Provarei... Acaso doce abraçar?
Ou, presentearei novamente uma flor?
Ou tão somente, me resta este questionar?
  
  
  
  
  
  
  

by Calado

Retrocesso











Desejo mais uma vez...
Ter teus olhos nos meus.
Adivinhar os pensamentos teus,
Tua mão tocar...
Quem sabe... Depois morrer.


Empunhar a esperança de viver,
Ao menos, um minuto ao lado teu.
Unir a batida do teu coração ao meu.
E amar...
Quem sabe... Depois morrer.


Dedicar-me a amar outra vez.
Realizar os sonhos teus;
Fazer... Deles os meus,
Tão somente amar-te.
Como jamais pude realizar,
Esta dança...
A valsa entre eu e você.


Pois de tudo que eu quero ser...
Muito mais, amado seu.
Ainda, que o medo seja meu;
Este coração venho ofertar!
Em pobres versos que pude empunhar,
Como espada de esperança...
E... Quem sabe... Depois morrer!
  
  
  
  
  
  
  
  
  
by Calado

Europa




Certa vez, em noite escura como esta;
Um sonho... Vem e me arremessa,
Para uma terra distante.

Brancos rostos, chapéus à testa.
Rubras faces, timidez expressa,
Em seres tão inconstantes.

Frieza que não se contesta,
Vinda de eterno luto... Nunca festa.
Olhares secos, profundos... Brilhantes.

Enfim, a felicidade é esta,
De mostrar o que sinto, escrever na testa;
Não esconder-me, sentimento constante.

Sobretudo preto... Esta aresta...
Com apenas o significado que resta,
De um buscar sem fim, ofegante.

Sonho que a felicidade me empresta,
Vem sobre o calor e contesta,
Com frio este sol cortante.

Abro os olhos, nada me resta;
Da janela vejo a teatral peça,
Neste lugar que não me é importante.
  
  
  
  
  
  
  
by Calado