Irá chover

Irá chover!
Ainda que por um pouco de tempo.
Molhando este rosto sofrido...
E machucado pelo sofrimento.




Eu sei... Irá chover!
Quando me sobrevier este desalento.
Você terá em fim partido,
Terá me sobrado descontentamento.




Irá! Irá! Irá chover!
Mesmo assim não perdi o tempo...
Que ofereci em forma de carinho,
Mesmo agora, de teu amor isento.




Certamente... Irá chover!
Lágrimas como um rio de tormento,
Em noites de frio e castigo,
As quais do teu rosto me lembro.




Irá chover...
O meu e o teu lamento...
Em lágrimas, cachoeiras e rios.
De amor, que se foi à tempo.
  
  
  
  
by Calado

Flash-back

Volto à aurora do "antigamente",

Onde o amor era bravo, ardente,

Lugar que, jamais poderia se findar.

Em memórias confusas e surpreendentes,

Lembro nosso "pra todo sempre",

Sonho que não veria se concretizar.

Algo perfeito, isto era o presente.

Futuro? Era o que amorosamente...

Como amor e carinho, iriamos buscar.

Isso... É o passado! Semente.

Que em nossos corações secou. cruelmente,

Morre o que tanto queria eu cultivar.

Uma lágrima cai timidamente,

Morre em meu peito rapidamente,

O fruto de tão doce nostálgico lembrar.

  

  

  

  

  

by Calado 

Céu a chover

As coisas não são como se quer,
Afinal, ninguém espera um final.
E apesar de tudo ser tão normal,
Irá sempre nos fazer sofrer.


Se tu se fores, sei o que irá acontecer!
Nada mais será o meu normal...
Pois se tu se fores, será fatal.
E o céu começará a chover!


Portando, não diga tão somente "adeus",
Não há sol, não a lua sem esse amor.
Apenas um sombra do que podia ser.


Peço, não quebre o sonhos meus e teus.
Pois nenhum de nós suportará a dor,
De lágrimas de dor, céu que está a chover.
  
  
  
  
by Calado

Amor mitológico

Busco-te, nas profundezas,

Ignorando este mundo injusto.

No qual, não há beleza,

Que capaz de replicar-te,

Faça-me esquecer de teu rosto.

Busco-te, nas maiores alturas,

Aos imortais enfrento, com fúria e punho.

Usando de toda pureza,

Que existe em amar-te,

Mais uma vez, ignoro o mundo.

Busco-te, e desafio as feras,

Que separam-me de teu amor tão justo.

Desejando teu carinho,  e a sutileza,

Que só Tu pode dar-me,

Sem Ti, tudo é apenas um absurdo.

Busco-te, sem medir o que me afeta.

Colocando meu corpo em apuros.

Enfrento demônios à espreita,

Anjos que querem parar-me,

Teu amor faz-me o mais forte do mundo.

  

  

  

  

  

by Calado

Desertar do amor

 Na espera de um olhar gentil,

Para curar a paixão febril,

Que em meu peito faz morada.

Desejo tão somente abraço sadio,

Possuidor de um amor sutil.

Coisa difícil de ser encontrada.

Tantos houveram, nada serviu!

Amor, nem disse "adeus" quando partiu...

Sou eu, triste casa abandonada.

 Agora... Que depois de pranto me viu,

Recolher-me ei ao meu luto anil,

Para a solidão que me foi reservada.

by Calado

Soneto escuro

Olhando direto para meu abismo,
Adentro minha escuridão.
Caindo em profundo mimetismo,
Com as sombras em meu coração.


Nem frio, nem quente, nada sinto...
Apenas seguro-me no vão.
Esvanecendo a medida que vivo,
Nesta cidade de sombras e solidão.


Parado... Sentado... Escuro...
Esperando por lágrimas que não caem,
Sem feixe de luz para contemplar.


Atormentado, pensamentos que não saem
Da mente, para que eu possa descansar,
Palavras de amor desperdiçadas em sussurros.

  


by Calado