Citações

- William Shakespeare

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Abstrato



Sou apenas mais uma pintura,
Inacessível à mente debilitada.
Quadro de uma morte...
Luz de uma vida.
Em meio a um mistério comum,
Desejos, sonhos...
Se há mais algum,
Esqueço... Apago....
Assim como estes pensamentos.
Sou apenas mais um borrão de tinta na parede.
Incômodo.
Incompreensível...
De todos os ângulos possíveis.
Modo de vida vão,
Melhor que não existisse?
Sou apenas algo...
Inanimado?
Ainda que me sinta respirar...
Sou dúvida...
Conflito...
Angústia...
E não há um dia se quer,
Que eu não tenha sentido dor.
Solidão, medo...
E o constante desejo de amor.
Sou apenas mais um quadro...
Abstrato.
Longe da realidade das aparências.









by Calado

Avesso



A lua moveu-se.
Deixando um vácuo escuro.
Levou sua doce luz de veludo,
Trouxe-me a vida, a paz apartou-me.


Deixou escuridão doce,
Tal como arrepio ou sussurro.
Para tantos apenas murmúrio,
Azar, que fortuna um dia trouxe.


Sou eu, esse espaço escuro,
Que desejou que não existisse.
A praga, que assola o mundo.


Apenas queria que ouvisse...
O grito que sai deste profundo.
Desejando que não partisse.












by Calado

No sinal





Vai e vem cotidiano,
Um ama, outro não.
Fora do vidro, uma mão...
Se estende a suplicar.


Mesmo local, "zigue-zagueando",
Em mão contra mão.
No vidro, está o coração,
Cotidiano do inverso a revirar.


Um amo em desamor.
Sonho com sabor de miséria.
Aguardando o vidro abaixar.


Suor... Sabor...
De uma vida triste e incerta;
De pedir, de vender, de chorar.














by Calado

sexta-feira, 13 de julho de 2012

À Cama








As noites sempre tão frias...
O tempo vagarosamente se vai.
Somente... Minha respiração ecoa,
Neste silencioso penhasco.


Um abismo distante, próximo.
Engolindo estrelas que não vejo,
Acida do telhado a curvar-se
Diante de tristezas noturnas.


Terra sem dia, morada da noite.
Limbo da consciência, desperta,
Onde alma  tortura-se em punição...
Aos desejos nascidos na luz.


Aqui, a solidão é só mais um,
De outros substantivos emocionais.
Distante da racionalidade...
Perto do leste da madrugada.


As noites são sempre tão frias.
O tempo, vagarosamente se vai...
Assim como meus sonhos diante de mim,
Enquanto ainda de olhos abertos.














by Calado

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Melodias amareladas pelo tempo




Em um sala empoeirada...
Ilumina-se um piano.
De forma tímida,
Sútil,
Alma abandonada.
Procurando uma melodia,
Uma inspiração qualquer.

Passos em direção ao nada...
A dor lhe causa engano.
Esquece de sua vida,
Inútil...
Frágil, desarmada.
Sobre que tudo que não havia,
E ainda pode se esquecer.

De um dia outrora, amada.
Uma paixão, um desânimo,
Uma confusa partida.
Difícil...
Ter que encará-la.
Esta tão injusta vida,
Quem nem sempre traz que se quer.

Nesta sala... Empoeirada,
Ilumina-se o dano.
Causado por uma querida.
Gentil...
Ainda que jamais culpada,
Causou toda esta ferida...
Este sangue pelo corpo a escorrer.

Aurora hoje apagada.
De um sentimento errante.
Hoje sem casa... Sem vida.
Instável.
Esse amor que jamais me abraça,
Essa paixão jamais correspondida,
Esse vazio que hoje venho a ser.






by Calado

Cem sóis










Do fundo dessa escuridão,
Em masmorras de terror.
Sem esperança, alegria, amor...
Com minhas unicas armas à mão.


Lágrimas de sangue escorrerão!
Fazer-me-ão sentir seu sabor,
De amargo metal em labor.
Coisas que a mim pertencerão.


Em meio a toda essa escuridão...
Cem sóis trazem-me amor.
Enquanto eu imploro por um doce perdão.


Mas essa eterna e oscilante dor...
Destrói pouco a pouco este coração.
Rasgado pelos sóis e pelo furor.
















by Calado

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Horizonte Cinza



Tudo tão repentino.
Em mais um tufão de destino,
O outro lado do mundo posso olhar.


quando me julgo menino,
Abriu-se para mim o infinito...
O qual antes não podia tocar.


Olhares desviados, gesto mesquinho;
Revela-se o intuito sofrido.
O espaço que não há para se habitar.


No chão - Cratera de meteorito.
No Céu - Escudo de bronze reluzindo.
Esperando mais um se entregar.


Coração trancado em um bauzinho...
Contraste de eterno e finito,
Somente no caminho tenho meu lugar.
























by Calado

domingo, 1 de julho de 2012

Destruídor





De costas para mim...
Aonde quer que eu vá,
Várias realidades me ignoram.
Perante minha presença...
Se apartam, choram,
Neste eterno caminhar...
Só há lugares inadequados a mim.

Repúdio sem fim...
Vejo minha alma se despedaçar.
Diante de coisas que não me aceitam.
Me dada foi a sentença...
De fronte as estes mundo que me rejeitam,
Vejo um triste guerrear,
Uma incerteza sem fim.

Vendo a instabilidade ferir...
As asas com que eu posso voar.
Mundos ainda sim me imploram,
Que eu cumpra a penitencia!
Meros vermes que se rastejam...
Desejam me ver chorar,
Eu então darei vosso fim!

Destinado... A destruir!
Não importa em qual lugar...
Lágrimas estalam, ressoam.
Eliminando minha porção de esperança!
Meus gritos tão somente ecoam,
Em meio ao que não posso evitar...
Este destino de anunciar o fim!









By Calado

Quarto infinito




Em um quarto...
Uma vida vazia...
Ao som de uma caixa de música.
Uma inabalável melancolia,
Espreita o intimo do ser.
Com medo...
De talvez não ser.
Alguém...
Algo...
Desejo de amanhecer,
Atravessando diferentes dimensões.
De tantos...
De todos...
Os possíveis mundos um dia teus.
Ao som desta doce caixa de música...
Em vida!
Um jornada...
Através de uma mente abandonada.
Em um canto escuro...
Qualquer.
Em um quarto...
Espelho perpétuo da psiquê.
Sonhos de noites perturbadas,
Seu mundo...
Sua jornada...
Através do que um dia se perdeu....
Em meio ao que nunca foi teu...
Nasce!
Mais uma alma de tantas.
Mais uma razão quântica.
Um número...
Dos anos de sua existência.












by Calado