Citações

- William Shakespeare

domingo, 27 de março de 2011

O Desejo

Mata-me o desejo...
Afoga-me de angustia.
Como fogo feroz e voraz,
Devora-me por dentro,
Do que sou me desfaz.

Como fúria de mar,
Destruidora e avassaladora.
Dor amargurada de infelicidade.
Consome meu coração,
Longe demonstração de maldade.

Mata-me o desejo...
Enquanto este existe há sofrimento.
Mantendo-me longe do puro.
Destrói a segurança em mim,
Fazendo-me desejar tudo.

Morro... Com o desejo.
Não alcançado em vida.
Até mesmo na hora da partida,
Sublime e silenciosa,
Deste não me privou a vida!

by Calado

Voz do Silêncio


Hoje eu sinto falta,
Do teu silêncio.
Que antes me matava,
E hoje há saudade,
Mais do que os sons que ouvi.

Queria apenas ficar em silêncio,
Mas escuto apenas minha voz.
Clamando por doces carinhos,
A que me acostumei,
E hoje não posso sentir.

Ouvir o que não ouvi,
Sentir o que não sinto mais.
Desejos tão humanos,
Tão divinos e sublimes.
Mas estes não pertencem a mim.

Hoje há apenas sons,
E triste lágrimas de amor.
Queria o silêncio que ouvi,
Queria os carinhos que senti,
Que com todo amor me fizeste sorrir.

by Calado

Outono


As folhas...
Mais uma vez elas caem.
Como se aquele adeus,
Como todos os medos meus,
Voltassem e me assombrassem.

Frio, ausência de calor.
Calor que jamais esquecerei.
De todos os lugares que pude estar,
Justo ai pude eu encontrar,
O sentimento que antes não provei.

As folhas, as flores...
Elas sem tornam a cair.
Tudo apodrece com o tempo.
Sem vida, voam com o vento,
Que me leva o que jamais terei.

Infrutífero,
Buscando um raio de luz.
Desejando aquela noite de verão,
Onde forte o coração,
Pulsava apaixonado e feliz.

Outono...
Tão vermelho quão o sangue.
Que fervendo dentro de mim,
Esquenta as lágrimas que por ti,
Noite após noite torno a chorar.

by Calado

sábado, 26 de março de 2011

Soneto lunar

Anseio o frio da tua luz.
Aspirando brilhar intensamente,
De forma que apague a tristeza,
Que esta noite possui minha mente.

Oh! Lua dos tristes e amantes,
Quão poderosa és sobre nós.
Dos enamorados, dos então sós.
Dos que em angustia seguem adiante.

Quão lindos teus sons mudos,
Que nenhuma melodia do mundo,
Poderia por ventura ofuscar.

Quão sonoro é o teu brilho,
Por ele faça-me filho,
Para que eu não queira mais chorar.


by Calado

Repentino


Costumo ser calmaria,
Ou talvez explosão repentina.
Lago pacifico em movimento...
Chuva de lágrimas de lamento,
Tão humano...
Tão Normal.
Ser eterno,
Ser mortal.

Costumo a ser incógnita,
Descobrindo-me e não sendo hipócrita.
Vazio como um poço...
Ardente e forte como fogo.
Tão previsível...
Tão inesperado.
Ser amoroso...
E um ser odiado.

Sou tão humano quanto posso ser.
Sou tão divino quanto devo querer.
Construção de anos de vida,
E acho-me também perdida.
Apenas um homem...
Ou mais um menino.
Estou aqui agora,
No desaparecimento repentino!


by Calado

segunda-feira, 21 de março de 2011

O desvendar

Acordo e descubro...
Que o que eu sei,
Ou o que eu sou...
Nada significam,
E nunca importaram,
Pois não sou quem sou.

Descubro-me,
Em uma vida que não é minha,
Insano, perdendo a linda...
De meus pensamentos,
Viajo à vários devaneios.

Acordo e descubro...
Que tento ser o que sou,
E que de nada eu sei.
Apenas das coisas que passaram,
Das dores que machucaram,
Aprenderei o que um dia serrei.

Redescubro-me...
Em um mundo que não é o meu.
Onde não há crentes ou ateus,
Onde existe dor e lamento,
Vivendo com felicidade e contentamento.


by Calado

quarta-feira, 9 de março de 2011

Grito de minha alma


Há coisas nesta vida...
Que jamais irão voltar,
Que jamais retornarão...
Ou segurarei novamente,
Não terei em minhas mãos!

Pois eu me enfureci,
E já me arrependi por vezes.
Mas minha alma a noite grita,
Por desejar tua companhia,
E teu doce amor querida!

E por mais que você leia,
Não terá idéia de meu sofrimento.
Pois minha vida eu te dei.
E de nada me arrependo,
Apenas de tudo que errei!

Hoje, resta-me apenas o adeus,
Silencioso e triste,
Que naquele dia quebrou meu coração.
Hoje me resta sonhar como seria,
Estar em teus braços, que emoção!

Pois ainda habita meus sonhos,
Ainda dominas meus planos,
Eu ainda sinto teu amor!
Mas hoje sou mais um amaldiçoado,
Pela incurável e triste dor!


by Calado