Citações

- William Shakespeare

domingo, 17 de julho de 2011

Nada Romântico


Percebo enfim...
Que longe estou de minha terra.
Pois aqui,
Encontro apenas guerra,
Conflito contra o que sou.

Neste lugar...
Ninguém respeita a fantasia,
Meu luto,
Minha aversão ao dia,
O amor que sinto pelo frio.

Enfim... Percebi!
Que nada aqui me é compatível,
São como animais,
Apenas extinto, nada sensível,
Crescer, reproduzir, morrer.

Neste lugar...
Onde é tudo por mero interesse,
Morre o amor,
Preferia antes que eu morresse,
Do que estar neste lugar.

Filhas e filhos,
Debaixo deste maldito trópico.
Odiar-vos-ei...
Unidos em seu caráter tóxico,
Obsceno e capitalista... Nada romântico.

(Como anseio encontrar meu lugar!)



by Calado

sábado, 16 de julho de 2011

Meus olhos


Eu enxergo...
Mas nada eu vejo!
Por mais que eu toque,
Segure,
Nada tenho!
Nada almejo!

Meus olhos falhos,
Cego de mente.
Enxergam o nada aparente,
Buscam rimas,
Em meio a alegria,
Em meio a meus fardos.

Eu enxergo...
Mas nada espero,
Por mais que me chame!
Que me abrace...
Esta vida,
Dela, nada espero.

Meus olhos falhos...
Como sempre foram!
Menos servem, mais magoam,
Os vários mundos que há em mim,
Meus doces devaneios.
Caem minhas lágrimas silenciosas!



by Calado

Em vão


Há uma hora
Em que todos os pensamentos se vão,
Resta apenas você, em vão,
Pois não estás aqui agora.

Há uma hora
Em que tudo que é tua mão,
Segurando a minha, em vão,
Você não a estenderá agora.

É incrível sentir falta,
Desejar o que nunca se teve,
E sentir vazio o coração.

Isso poderia tirar-me a calma,
Mas sei que passará em breve,
Talvez alguém ouça minha oração!



by Calado

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Na esquina


Esquinas... De minha vida,
De tristes alegres despedidas,
De coisas que não voltam mais.

Onde tristeza encontra felicidade,
Onde amor encontra a dificuldade,
De coisas que não acontecem mais.

Pois na esquina está o destino,
Brincando conosco como menino,
E assim ele não nos deixa paz.

Pois na esquina está o destino,
Trazendo o possível infinito,
De coisas que eu não saberei jamais.



by Calado

domingo, 3 de julho de 2011

Procurar-te...


Procuro-te pelas esquinas de meu ser,
Em tudo que procuro me satisfazer,
Em tudo, mas não consigo encontrar.

Procuro-te pelas esquinas da vida,
Aguardando sempre uma partida,
Aguardando, pois não posso evitar.

Procuro-te em mim, na vida...
Não encontro, acho a partida...
Então não pude evitar - chorar.



by Calado

Coração parado


Silêncio, longas horas deste
Que tem sido meu tormento,
Afundo-me um triste lamento
Talvez até eu merecesse.

Mas também há ausência deste,
Pois encontro som em movimento.
Provo então do meu silêncio,
Que em meu coração se estabelece.

Pois tenho encontrado tormento
Em todo lugar que eu aparecesse.
Como se deveras merecesse.
O pranto e todo o lamento.

Acostumo-me então ao desalento,
Fazendo infinitamente este,
A razão de seguir em frente,
Mesmo afogado em meu silêncio.



by Calado

Jogo de luz e sombras


A luz que me cerca
Eclipsa o conflito.
Levando-me a apreciar,
Infinito...
Coisas que não posso tocar.

A treva que me cerca
Obscurece meu intento.
Levando-me a lamentar,
Te conhecido...
Passado-presente a se eternizar.

A luz e a treva a me cercar
Tiram-me o sono bendito.
Deixando-me devanear,
Não consigo...
Esquecer-te, me lembrar.



by Calado

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Caça e Caçador

Eu tenho caçado a Ti...
Desejado de forma feroz.
Como animal faminto,
Faminto de amor...
Carinho,
O qual não eu pude encontrar.

Eu tenho-te em meus olhos,
Como se pudesse ver a nós.
No infinito,
Infinito de amor...
Amor faminto,
De carinhos a se desperdiçar.

Eu tenho caçado a Ti...
E em meus sonhos não há um nós.
Pois como animal faminto,
Morro em meio a dor...
Triste destino,
Morto, pois tu estavas a me caçar.



by Calado

Jamais guarde uma paixão


Jamais guarde uma paixão,
Esta pode ser o câncer,
Que irá piorar em você,
Todos teus dias de solidão.

Jamais guarde uma paixão,
Pois esta pode te trazer,
Males sem tu perceber,
Pouco a pouco teus dias findarão!

Pois tudo que temos é agora,
E um minuto pode ser a vida,
A qual não se recupera jamais.

Pois na triste hora da partida,
A paixão não importará agora,
Pois nada acontecerá jamais!



by Calado

Paixão de Inverno


Porque mentes para mim?
Iludes um coração apaixonado,
Pois estava despreparado,
Quando como fogo ardente,
Esta paixão repentina, insolente,
Adentrou o templo de minha alma.

Um basta, eu desejaria ouvir!
Pois por ti meu coração tem pulsado.
E dia após dia se emocionado,
Se te vejo aparecer derrepente;
Como do Elísio uma ninfa, sorridente...
Como no céu encontro minha calma.

Mas por hoje só tenho-te assim,
À distância, por abismo de ti separado,
Como pela vida condenado,
A queimar em fogo ardente,
Por uma paixão que derrepente;
Destrói minha alma e minha calma.



by Calado