Citações

- William Shakespeare

sábado, 27 de julho de 2013

Obelisco à humanidade decadente



E
Houve
Um dia,
Em que nós
Almejamos a grandeza...
E a sua companhia.
O conhecimento e o seu poder,
A sua irmã sabedoria.
Vencemos hidras e leões;
Titãs, deuses e o Khaos.
De guerras outrora campeões,
De Roma vencemos a tirania.
E assim pudemos conhecer o mal!
Separamos o mito do inevitável mundo real,
E o homem sofreu queda do céu ao imundo chão!
Foi-se conhecimento, grandeza, força e a doce dama sabedoria,
E nos fixamos à terra, à escuridão, à vergonha e a lamaçal da podridão. 
Nunca se pensou que tal monumento à mediocridade e à pobreza se ergueria,
Sobre pouco conhecimento
Enraizada.



by Calado

Andar para trás




Necessita-se voltar.
Precisa-se do passado,
Sair desse trágico fado.
Para trás precisa andar.

Virtude precisa buscar.
Sair do obsceno pecado,
Voltar ao belo recato,
Reaprender a pensar.

Mesmo o sábio esta dado
A falta de algum sentido,
Que outrora iria buscar.

Então, loucos coroados,
Com o louro imerecido,
Fazem o homem definhar.




by Calado

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Marcas



Das batalhas,
Brigas e mágoas.
De olhos feridos,
E ódios sentidos.
Ficaram marcas.

Das risadas,
Alegres, abobalhadas.
De lindos sorrisos,
E abraços aquecidos.
Ficaram marcas.

Das afiadas...
Lâminas ensanguentadas.
De estar entre os feridos,
De a guerra ter perdido.
Ficaram marcas.

Cenas passadas.
Imagens amareladas.
Algo já esquecido,
Mesmo até perdido.
Ficaram marcas.

Sorte fadada,
Ao fio da espada...
Sangue foi vertido,
Me dera ter morrido.
Tenho apenas as marcas.





by Calado

domingo, 21 de julho de 2013

Amor em flor



Ah! Se à vejo.
Oh! Torrentes fortíssimas!
Trágico e rápido pulsar.
Encho-me então de desejo,
Por tão inocente e linda,
A qual vejo cintilar.
Oh! Estrela do infinito.

Bendito desejo.
Que vem-me como primícia,
Não podia lhe esperar.
E inocente me vejo,
No ansiar de incessante carícia,
No perfume que dela sinto exalar.
Oh! Trágico céu infinito.

Pois... Se a vejo!
O infiel coração palpita.
E do corpo deseja saltar.
Nem se quer a conheço...
A inocente e pequenina,
De finos modos e andar.
Ah! Duros fados malditos.

Oh! Não mereço...
Este suspiro que tramita,
Neste peito a desejar.
E sofro de paixão e desejo,
O corte da lâmina da agonia,
No vejo, a vida me deixar.
Oh! Espaço-tempo infinito.








by Calado

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Androide



Lá vai o androide!
Ligando-se por cabos e fios
Invisíveis, pairando no vazio.
Movimentando-se sem pensar.
Que realidade pobre.

Lá vai o androide!
Para onde não há calor ou frio,
Onde só há alegria e brio,
Onde ninguém pode se alcançar,
Mas perto estar se pode.

Lá vai o androide!
Que nada faz sozinho,
Um programa pequenino;
Sem nunca jamais pensar.
Que vida triste o acolhe.

Lá vai o androide!
Com os demais parecido.
Gêmeos tardiamente concebidos,
Se nunca se encontrar,e
Pois isso não escolhe.

Lá vai o androide...
Sorri e chora sozinho.
Em um viver quadrado e pequenino.
Só caracteres a adicionar.
Que vida limitada androide!

Lá vai o androide!
Vivendo da vida do vizinho.
Esquece e é esquecido.
Chegou a hora de atualizar,
Esqueceste a vida que lhe acolhe?


by Calado

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sonhos efêmeros de guerreiro


Um espada presa ao chão.
Uma lágrima anseia os céus.
Agora, ambas nada alcançarão.
Mesmo após tanto lutar,
O destino será o fel.

No solo, estende-se uma mão.
Rasgado está o véu.
Espada e lágrima brilharão.
Sob triste luz do luar.
Brilha, Oh! escarlate anel.

Amor e amada ficarão.
Também seu quebrado broquel.
As riquezas não o seguirão.
Só a glória lhe irá ficar,
Oh! misero destino cruel.

Nenhuma batalha no vão
Do tempo o tornou réu.
Mas as sonhos o abandonarão.
No teu futuro lugar,
Quer seja luz, ou fogaréu.

Destinada-lhe a podridão.
Futuros perdidos ao leo.
Coisas... Que jamais brilharão,
 Quando a cortina se fechar.
Ultimo anseio: Os céus.





by Calado

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ruas do passado




Ruas escuras e silenciosas,
Hoje tão vazias quanto antes.
Foram palco de buscas ansiosas.
Um desesperado amar,
Em cores e dores vibrantes.

Visitas esperadas e carinhosas.
Por muitas vezes irritantes.
E noites de lua esplendorosa,
Desertas, não podiam separar
O desejo infinito dos amantes.

Nem as trevas assombrosas,
Ou criaturas errantes.
Sobrepujavam a foça espantosa
E seu conflito estelar,
De sentimentos inconstantes.

Mas agora, só dores ociosas.
Passos, somente exitantes.
Um ódio e uma dor furiosa.
Um triste e cruel apartar,
Lembro-me neste instante.

Oh! Saudade, cosia preciosa:
Beijos, abraços aconchegantes.
Tua silhueta formosa...
O eterno calor de amar,
Agora, tudo isso está distante.

Oh! Tu... fortuna maldosa...
Lembra-me do vivido antes.
Uma imagem calorosa,
De um lindo e calmo abraçar
Um amor que agora é ontem.

E Tu, figura formosa.
Já não lembro de teus lances.
Da voz forte, doce e sonora.
Deu teu corpo frágil a me acalentar,
E de como tudo era emocionante.

Tu ficaste, e eu fui embora.
Orgulho, dardo de veneno infame!
Através de feridas, pôs fim a história...
Que um dia quisemos começar.
Terminamos estranhos e distantes.

E tu, lembras agora?
Ou sou memória ultrajante?
Sou passado? Sou escória?
Queira um dia confessar:
Fomo intensos amantes.





by Calado

Virtude corrompida




Como dói este aguilhão cruel e vil.
Lâmina de raiva, orgulho e ódio. 
Fere mais a quem serviu,
Do que o inimigo e o próximo.

Agora, esqueço a paixão senil,
E da sensatez torno-me próximo.
Pois me sobreveio o opróbrio,
E me trouxe iluminação gentil.

Pois, com orgulho já feri,
E de raiva fui homicida...
Sem nunca me importar.

Mas quando meu sangue verti,
Vi que todo este orgulhar, era...
Coisa imunda: Virtude corrompida.





by Calado 

Para conhecer o contexto do soneto, acesse: http://tragedianoturna.blogspot.com.br/2013/07/nas-highlands-virtude-corrompida.html

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Horas vividas



Suas rédeas... Que as perco,
Na banalidade de meus esforços.
Levando-me à fundos poços;
Memórias: sorrisos, desterros.
Relógio, ponteiro, passar.

Dos infantis sorrisos, esqueço.
E já não lembro-me do ócio.
Perco forças, e o cálcio dos ossos,
Não reconheço a mim mesmo.
Relógio, ponteiro, passar.

Cirandas esquecidas no tempo.
Agora só restam "negócios".
visões que cansam-me os olhos.
E de alegrar-me, esqueço!
Relógio, ponteiro, passar.

Da velhice tenho o que mereço!
Ou apenas um amontoado de troços.
Passar de tempo, frigir de ovos.
E até de morrer me esqueço?
Relógio, em nada podes me perdoa?







by Calado