De meus próprios demônios á noite,
Sou a praga expurgadora;
E de antes até agora,
Por estes males perseguido,
Os expulso e os persigo.
Retrato falado, da noite que foi-se.
Sinto na pele as chicotadas, açoites,
Desta vontade devoradora.
Dama da noite, loucura.
Pelos desejos do mundo invadido,
Os expulso, os persigo...
Olhos fechados e ainda não durmo à noite.
Vejo-os tremer diante da foice!
Pois estes já não temem a ceifadora.
E a lâmina nada lhes é agora,
Pois que mortos entre os vivos,
Eu os expulso, os persigo...
Fecho os olhos, e peço para que se fossem.
E coloco diante de mim a noite.
E não vejo se quer alguma escolha,
Se não a de matar, morrer à toa.
Já nem sei se isto consigo,
Tento expulsá-los, os persigo!
Reviro-me à cama, se foste?
Então, caio, nesta rotina agridoce.
Na lâmina, no filho, na folha..
De papel que agora voa,
Não alcanço, pegar não consigo,
Meus demônios expulsar, tenho perdido,
O sentido de quem sou, de quem foste.
by Calado
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