Voo para longe destes portões,
Que prendem-me a sentimentos, grilhões...
De uma existência mísera e vulgar.
Passeando entre lagos de perturbações,
Desafio a morte, sentenças e perdões.
Co'as asas que tenho, já não posso voar.
Corro... Para longe das preocupações.
De beijos, de sonhos, assombrações,
De pobres seres de carne a andar.
Entre inferno e céu, restam as questões.
Entre a vitória e a derrota, os arranhões,
De uma guerra sem fim que está a se travar.
Então... Voo com os depenados tendões.
Tão frágeis e debilitados, com poucas razões...
Para erguer-se ao céu. Brilhar.
E mais uma vez, preso à dores e solidões.
Dividido, entre trevas e clarões,
Meu destino tento alcançar.
Sou sol, lua, e do ano... as estações.
Sou dor, angustia, e a falta de perdões...
De feridas purulentas, que jamais irão cicatrizar.
by Calado
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