Cai a lágrima de prata pura.
Causa doces e tristes cala-frios.
Nem sinto da lâmina, o fio,
Que um dia pode me traspassar.
Estendo o corpo ao chão, escultura.
E não cai por dor alguma.
Apenas revela o brilho.
Diante do coração sombrio...
Que à noite vem do sono acordar.
Na escuridão mostrar formosura.
Viajo por algumas ruas,
Por campos vastos e vazios.
E tudo que encontro é o frio,
Desta noite a me cercar...
Asfalto frio, Luz da lua.
Verdades duras e nuas.
Sangue que escorre ao desafio.
Lâmina que trás o arrepio,
Gélida à pele tocar,
Corta a carne quente e crua.
Esqueço agora a face sua,
Em meio da noite, no vazio.
Esperança, vejo um fio...
Que triste, não creio germinar.
Lágrimas sob a luz da lua.
Encaro agora realidade crua:
Foi-se a noite e o vazio.
Do dia vem o brio,
A noite venho esperar...
Lágrimas de prata pura.
by Calado
Nenhum comentário:
Postar um comentário