Citações

- William Shakespeare

sábado, 14 de setembro de 2013

Vampiresco



Eis que estoura fúria abrasadora.
Que vejam o céus todo o tormento!
Uma pena, sentença: Triste contentamento,
Que não sei onde desejas me levar.
Pouco restou do imperador de outrora.

Roma, Alexandria, Constantinopla!
Homens por esse fel sedentos,
Pela espada, vieram ao tormento!
O sono da morte experimentar.
Sangram estes corações agora.

Vejo-te: Óh! fera devastadora!
Tuas garras cravando-se em meu peito.
Sinto o odor de sangue de meu leito,
Onde tão somente posso lamentar...
Maldição de Fortuna traidora!

Mas se lhe quero por agora,
Sofro, vem-me descontentamento.
E rasga-me, do pescoço ao peito,
Voraz à me devorar...
Leva à morre o que chora,

Nasce um Eu de vontade vingadora.
De olhos de tom vermelho sangrento.
E um eu, que cai nesse doce desalento...
Desejando com asas de cera voar;
Que os anjos vendem os olhos por hora.

Tal vergonha me vem consumidora,
Do abstrato que possa residir por dentro
Desta casa onde não há luz nem tempo,
Onde antes poderia o Eu se refugiar.
Deste holocausto, sofro o expurgo agora,

Corda pendurada em madeira oca...
Balança "piano, poco a poco" - lento.
Somente o pulsar perde seu firme tempo.
Aguarda, que eu caminhe até o altar:
O mal será pago com o sangue que jorra...

Desta escarlate estrada simplória,
Que caminha à um sono do mundo isento.
Que esquecerá dessas dores, destes tempos.
Pois agora, não como me libertar,
Deste futuro que um dia foi outrora.




by Calado

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