Citações
"Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre |
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Caminho de fibra óptica
Me é oculta, a epiderme
Desta intangível e amada.
Por excelência, mui intocada
Que as demais criadas por mim,
Que a mente hoje não dicerne.
Marilia, já não mais se percebe.
Dina, diga "mene". Oh! amada.
Nem ao menos reservo-me bala,
Para dar-me certo e digno fim.
Tu me alegras, tu me entriteces.
O mal desgostosissímo cresce,
No repúdio de amar, amada.
Mas, jamais dedicarei cartas,
Ou as liras que partirem de mim...
À um rosto, que não se conhece.
by Calado
Rotatória
sábado, 19 de outubro de 2013
Cinco sonetos para ela
À DISTÂNCIA
Um céu estrangeiro,
Estranhos companheiros.
Noite de sono inteiro
Do cansaço rotineiro;
No sono que não veio.
Ouço um som meigo.
Teu carinho presenteiro,
À procurar-me o dia inteiro.
Bobo, perdi o verso,
E agora faço-me inverso...
Do que era meu universo.
Tanto carinho terno,
Eros, por ti espero...
Por entre as ondas de rádio.
I ª NOITE
Como a noite e sua escuridão,
Nesta sua oculta profundeza,
Encontro-me na mesma vereda,
Tristonho e escuro coração.
De estrelas à uma triste solidão,
E que sem nenhuma sutileza...
Trouxe-me alguma incerteza,
Certeza que havia no coração.
E um abraço então se firma,
Noite à dentro, ao pé do ouvido,
De um alguém que não pode ser ver.
Ansioso, ânimo se anima...
E se alegra ao estar contigo,
Mesmo sem tocar, mesmo sem te ter.
ÃUGUSTIANO-SE EM CAMÕES
Recosto meu triste encéfalo
Nos ângulos de alvenaria.
E por entre os pulmões, asfixia,
Noturno desalento gélido.
Meus orbes, piscam agora sérios,
Nas palavras por mim proferidas.
Trágico, naufraga mais uma vida;
Vai... De encontro ao cemitério.
Quer nos lábios, que seja em papel;
Esqueço do mal deste vil dragão,
Venenoso membro inimigo.
Fadado estou, por fortuna cruel;
Resta-me, apenas desolação...
Neste meu cubículo amigo.
FUNERAL DO CUPIDO
Como Pesa o peito,
Com o cair das lágrimas.
Que como chamas, brasas,
Queimam este sujeito.
Sujeito ao efeito...
De sua queda estrelada,
Desaponta, estraga,
Cupido presenteiro.
Ferida férrea fatal,
De espada abanhada.
Hoje, corto a mim mesmo.
Fúnebre e frio funeral,
Noite que... acordada,
Viu morrer anjo meigo.
LEÃO MENOR
Mata-me a dor,
Esta distância.
Angústia, ânsia,
Mata-me, o amor.
Mata-me, horror
Como vingança,
Passou bonança...
Adeus, só dor.
Desejo, fado
De ser amigo,
Oh! Esperança.
Este vil mal grado,
Estar contigo,
Fica lembrança.
by Calado
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Plástico plano
Na miserável plástica vida,
O resto mortal de tronco se abriga,
À esperar os luminares do ser.
Engenharia, formadas em pilha,
O peso torce a plástica amiga;
Que só em noite torno eu a ver.
E agora, já não mais veria
O fundo da glória, sapientía,
Neste vazio interno a crescer.
E como triste funérea mania,
Há morte e exumação todo dia,
De homo nada sapien à morrer.
Cresce a ânsia, que anseia, grita,
Pelo poder oculto agoniza
Na morte, e morro, por não saber.
by Calado
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Irrefreável dragão
No metal cilíndrico hábito
Sufocado, por culpa, pecado.
De vosso vão barquinho, eu salto,
No zero absoluto, abismo.
Gaviões de aço, soar de metal, sino
Que pelo deus da festa tocado,
Traz-me à boca um enorme vácuo,
Melhor é o monte, bom é o abismo.
Já não serpenteia o dragão em meu céu.
Nem tão pouco abrem grades de ossos.
Germina, a semente do saber.
Com o tapa, arrancado o véu
Foi de meus dois incapazes olhos,
Inflama, o irrefreável do ser.
by Calado
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